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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Fluir

Expulso do peito as palavras
vez em quando, até na hora errada
mas quando as encontro perdidas
faço questão de ser sua casa

Deixo sempre as portas abertas
mesa pronta e flores no vaso
nós não temos nenhum compromisso
mesmo assim todo dia me caso

Gosto das sílabas
mesmo quando não dizem nada
nem mesmo o nada
constitui uma frase errada

Tudo o que se diz é certo
não existe poema incompleto
basta que sejam versos sinceros
nem mesmo faço questão de nexo

Tudo o que se rima é sagrado
e nem mesmo precisa de rima
o título pode vir embaixo
e a conclusão em cima

Basta doar um pouco de si
que a poesia sabe como agir
não tem fórmula secreta
apenas deixo fluir

Um comentário:

Gustavo disse...

Parabéns Srta. Pondé. Lindo poema, as palavras tem uma leveza, parecem ser feitas uma para a outra. Belo poema.