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terça-feira, 12 de junho de 2012

Lágrimas de Palhaço

Ainda me dói
o que causou gargalhadas
pra gente fútil 
que queria contar piada

Sim, permiti
deixei apontarem pra mim
pra não demonstrar que feria
eu me juntei a quem ria

Não era um riso sereno
era alto, um estardalhaço
a platéia aplaudiu de pé
minhas lágrimas de palhaço

Olhos mais vermelhos que o nariz
que foi pra fazer gente feliz
E a dor nos pés de tanto dançar
às vezes a gente não sabe parar

Pra ninguém notar o descompasso
as vezes tem que ser assim
ou a gente senta e chora
ou a gente dança e ri

Não existe meio termo
quando chega essa hora
e quando o palhaço começa a gostar
a platéia vai embora

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Meio Entendedor

Para meio entendedor, boa palavra não basta
Tem que explicar mil vezes
fazer sinais com fumaça

Tem que botar legenda na tela do olhar
Pra meio entendedor 
poder acompanhar

E quando quem explica vai perdendo a paciência
aí que o entendedor
vai tomando consciência

Que era bem mais simples
mas não tem nada não
Quase tudo na vida é questão de percepção

Pouco importam os verbos, se você sabe ler os gestos
pois esses compreendem
todos os dialetos

Falar mil idiomas
vira algo banal
Se você compreende a linguagem corporal

Se presta atenção
no ritmo do outro
já dá pra conversar mesmo quando é dito pouco