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quinta-feira, 1 de março de 2012

Torto

Quero você de um jeito torto
como os traços do meu rosto
tento não me inclinar
mas me encosto devagar

Nos seus semelhantes traços
Eu não gosto de espaços
entre os meus e os seus defeitos
entre suspiros e beijos

Tento olhar pra frente somente
mas isso é coisa de quem só mente
Não se pode ignorar
o que esteve e como está

Nem tudo o que nós fizemos. E o que estamos fazendo?
Conformando ou contorcendo? Superando ou perdendo?
A força da covardia.
Quem dirá? Quem diria?

Há muitas formas de ver. Afastar e esquecer
Há quem fale que é pro bem. Bem ou mal, irá doer
Há mil formas de sentir esse batuque no peito
Há quem não consiga ouvir. O meu grita, ensurdeço

Te quero de um jeito torto, como as torres de celular
que emitem mil sinais e não saem do lugar
nunca alcaçarão o céu e nem poderão deitar
A paz de quem é assim, é se deixar derrubar.