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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Nada


Não existe nada
Tudo é alguma coisa
Até o vazio
É cheio de ar
Até o silêncio é cheio de palavras sufocadas
Até o escuro
É cheio de luzes apagadas
Não existe o nada
Se agora não há ninguém na calçada
alguém que antes passou, deixou pegada
Se não tem data ou hora marcada
tem surpresa, tem incerteza
Tudo o que sei sobre o nada
é que ele está em tudo
"nada" é palavra inventada
pra quem não quer ver o mundo
o nada é uma piada
um gato em cima do muro
sem saber pra que lado vai
mas que uma hora tem que ir
se ele não escolher o lado
algum vento o fará cair

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Não dá pra mais de um ter a direção
às vezes quem dirige decide ir pela contramão
mesmo que outro passageiro dê conselho
volante numa mão é como imagem no espelho

Quando você se vê, vê só você e mais nada
não fica observando os detalhes na calçada
porque o melhor caminho é o asfalto da estrada
só quer acelerar pra não chegar na hora errada
Coração às vezes parece motor de carro
Quanto mais você pisa, ele acelera
Mas tenha cuidado,
um dia você vai sentar no banco do lado
Nem sempre temos placas para nos orientar
e é raro obedecer aos limites do radar
que grande ironia ter controle e ter regras
se fosse pra ir lento era melhor ir a pé

Chegar antes dos outros é sempre mais gostoso
ou chegar onde antes ninguém nunca conheceu
conhecer mundos novos é sempre maravilhoso
ninguém está satisfeito só com o mundo que é seu

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Em paz


Em paz, como deve ser.
Sem mais. Pra que mais dizer?
O que? Porque falar tanta coisa?
Sorrir em silêncio é lindo como cantar
abraço apertado é forte como palavras
...gestos sinceros dizem mais que discursos
preste atenção no que diz ao fazer
faça com jeito o melhor que puder
guarde no peito tudo o que for bom
largue ao vento o que não mais quiser
o tempo leva o que deve ir
e ele mesmo trás o que deve vir
não tenha medo não que no fim dá tudo certo
não tenha medo não que Deus tá aqui bem perto
cuidando de nós
desatando os nós
agindo nos gestos
sem precisar de voz