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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quebra - Cabeça


Na minha vida tem muita coisa mal resolvida
quebra-cabeça faltando peça é bem mais simples de resolver
Porque aqui tem muito rastro de incerteza
Gente saindo à francesa, ou com abraços de despedida

Tenho andado
sem saber bem pra que lado
cabelo despenteado
o vento bagunça tudo

Tem muito pouco que faz sentido
assim como os que estão comigo
se antes mal acompanhada
agora raros, mas amigos

O meu rosto está aqui
parado na sua frente
se quer dar um beijo, dê
se quer bater, então tente

Mas que seja sem mentira
sem tornar tudo banal
que fingir não se compara
nem com a nota de um real

que já não vale mais nada
e que se multiplicada
pelo próprio preço justo
continua desvalorizada

sábado, 16 de abril de 2011

Alegoria


Rua cheia de gente vazia
rostos de satisfação
disfarçando arritimia
e a mágoa que se fantasia
da cabeça aos pés se veste euforia

Lave suas mãos antes de tocar em mim
penso que pertenço a outro mundo, porque aqui
as pessoas parecem ameaças
não querem se unir, preferem as trapaças

Atravesse a rua, é melhor assim
um passeio é pouco espaço pra nós
você veio e apertei o passo, pois
mentir um bom dia é sempre ruim

Fico longe quando vejo desejo vulgar
Não disfarço a vontade de me afastar
Desaparecer pra não pertencer
ao cenário onde seu salário é você

Festas cheias de mentes vazias
teatro e maquiagem
pra esconder a agonia
era tudo o que eu não queria
seres humanos achando que são alegoria

Lave seu rosto dessa pintura
é mais feliz quem tem a alma pura
e por mais que pareça loucura
é só se perdendo que se acha o que procura

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Abril


Abril, seja gentil
não me engane como sempre faz
Melhor agosto
será desgosto
Mais que dezembro
que eu sempre lembro
Ou que janeiro que dói primeiro

Por favor abril, seja gentil
porque em maio eu sempre caio
e quando julho eu me orgulho
de levantar
Então não vá me enganar
abril

O seu primeiro dia
quase sem poesia
é o mais verdadeiro
do ano inteiro
É quando as pessoas
tomadas de euforia
resolvem assumir
que amam contar mentiras