A vida é mesmo uma rua sem saída. Estamos sempre presos, quando não são as memórias, é o futuro. Estamos pensando o tempo todo no que passou ou no que virá, só não conseguimos nos apegar ao concreto, ao hoje. Eu e você criamos tantas preocupações, nos arrependemos pelo que já foi feito ou pelo que deixamos de fazer, morremos de medo de não saber o que é certo no tempo que virá. De que adianta? Eu tenho um grito na garganta, não me acorrento às lembranças, se eu precisar eu vou embora para poder viver o agora.
E mesmo assim estamos presos, estamos presos ao trabalho, estamos presos aos amigos, estamos presos aos nossos familiares... Ninguém vive sozinho, nem mesmo um espinho, até esse precisa da rosa pra tornar a sua existência mais prazerosa. Estamos amarrados aos costumes, à cultura, à sociedade e às nossas obrigações. Não tem jeito, estamos presos.Se não for a mais ninguém, estamos presos a nós mesmos.
Estamos presos com amor ou dor, com mentiras ou com verdade, com calma ou ansiedade, com medo ou com coragem. Estamos presos uns aos outros, somos cada um, um elo dessa infinita corrente que é a humanidade. Cada um é complemento da corrente em movimento, cada um tem seu momento, mas somos todos ao mesmo tempo. Olhe bem, não é errado, não precisa ficar assustado. Se não quer mais ficar preso, tente ser o cadeado.
Vanessa Pondé
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